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segunda-feira, 24 de maio de 2010

VOLTA ÀS AULAS

Iniciar um ano letivo é um acontecimento cheio de expectativas e ansiedade em qualquer parte do mundo. É o reencontro de colegas, a oportunidade de fazer novas amizades, a curiosidade sobre o conteúdo das disciplinas, sobre os professores e de como nos sairemos com o novo que nos será apresentado. São projetos de vida que serão moldados no período escolar, que é o mais intenso ensaio da convivência social, nos fazendo lidar com as diferenças e, ao mesmo tempo, tornando-nos iguais. Mas uma coisa chama-me àtenção no dia-a-dia dos estudantes secundaristas monlevadenses: a falta da criação e da atuação dos Grêmios, direito dos estudantes de se organizarem e participarem de entidades estudantis, garantido, entre outros, pelo  Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu artigo 53º inciso IV.
     O Grêmio Estudantil é independente da administração escolar e deve manter-se distante de partidos políticos, respeitando a pluralidade de cada estudante. É a organização que representa os interesses dos estudantes na escola. É um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.  Um de seus principais objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando festas, campeonatos, palestras, discussões sobre temas pontuados, desenvolvendo projetos de interesse da comunidade, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem da programação e da construção das regras dentro da escola, junto com pais, funcionários, professores, especialistas e diretores.  Grêmios estudantis são entidades em que os estudantes desempenham uma atividade política, denominada de movimento estudantil – lugar onde todos exercem sua cidadania, ou seja: lutam por uma maior e melhor relação entre alunos e professores, bem como buscam uma formação escolar voltada para a sua realidade, seu contexto. No momento em que os jovens optam pela participação nos grêmios, naturalmente iniciam suas atividades reivindicando por melhorias no espaço físico da escola, etc. Mas com o passar do tempo, logo passam a discutir temas de abrangência pública, como projeto político-pedagógico, programas de cultura e lazer, políticas de emprego, educacional, com especial atenção ao acesso à universidade, campanhas de combate à violência, ao uso de drogas, entre outros.
 Depois de acesa e alimentada, a chama da participação domina o espírito dos estudantes e os encoraja ao exercício da cidadania, fazendo com que ocupem outras instituições da escola, como o Conselho Escolar, Associação de Pais e Mestres, chegando muitas vezes a liderá-las, além de atuar em outras organizações externas ao ambiente escolar, superando, em alguns casos, as fronteiras comunitárias.
A participação no Grêmio Estudantil é um intenso processo pedagógico de negociação, questionamento e empreendedorismo, elementos centrais no amadurecimento individual e profissional dos estudantes.
Então, que tal criar o Grêmio Estudantil na sua escola, um espaço propício para semear perspectivas e colher soluções? Mãos à obra, bom trabalho e sucesso..

     
Lutécia Mafra Espeschit é Pedagoga, especialista em Orientação Educacional e licenciada em Habilitações Básicas em Saúde e Saneamento pela PUC/RS

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