Do final do século XIX até 1908, uma série de greves e repressões de trabalhadoras marcou a construção do movimento feminista nos Estados Unidos. Em 1908, o primeiro “Woman’s day”, ou Dia da Mulher, foi comemorado em Chicago, contando com a participação de 1500 mulheres. Uma longa greve dos operários têxteis de Nova Iorque, liderada pelas mulheres, de novembro de 1909 a fevereiro de 1910, terminou pouco antes do Dia da Mulher, realizado no Carnegie Hall, quando cerca de três mil mulheres se reuniram em favor do direito de voto, conquistado em 1920 em todo os EUA.
Há 100 anos, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia Internacional da Mulher para marcar oficialmente a luta feminista e as lutas organizadas, principalmente em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres até então. A greve das operárias russas contra a fome e contra a czar Nicolau II, em 8 de março de 1917 (estopim da Revolução Russa), levou os movimentos a instituírem esse dia como o marco da luta pela igualdade das mulheres em todo o mundo. Mas só a partir de 1922 que esta data passou a ser dedicada ao Dia Internacional da Mulher no mundo inteiro.
Neste ano, em todo o Brasil, o dia foi marcado por manifestações cujo lema "AINDA HÁ POR QUE LUTAR!" aponta que, 100 anos após a data sugerida, as mulheres ainda enfrentam discriminações diversas, seja na relação familiar, na sociedade, na política ou no trabalho. Por esse motivo, dezenas de organizações e movimentos populares estiveram reunidos, na última segunda-feira, para celebrar as conquistas alcançadas nesse período com a mobilização coletiva, e mostrar que a luta das mulheres pela igualdade e liberdade segue atual, necessária e que o movimento pelas mulheres continuará levantando e tremulando as bandeiras das lutas pela igualdade de salários, combate à violência doméstica, reivindicação de creches para todas as crianças, dentre outras. E estão entre as reivindicações das mulheres em 2010: a defesa da Integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo a resolução sobre o aborto, que foi alterada pelo governo federal; da Lei Maria da Penha, que vem sofrendo inúmeros obstáculos para sua implementação e legitimação; do Pacto Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que embora assinado pelo governo de São Paulo até hoje não teve recursos liberados; e do Estatuto da Igualdade Racial. As feministas também denunciaram os efeitos da crise econômica na vida das mulheres, que foram as maiores vítimas do desemprego; a criminalização dos movimentos sociais e o acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano, que viola a laicidade do Estado brasileiro.
Assim, a cada ano, com as comemorações do dia 8 de março, nós mulheres devemos nos lembrar que TODAS AS NOSSAS CONQUISTAS FORAM MARCADAS POR NOSSAS LUTAS, e que sem a mobilização das mulheres e o apoio da sociedade, NADA CONSEGUIREMOS MODIFICAR.
Parabéns a todas nós pelos direitos conquistados.
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