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luteciaesp

segunda-feira, 24 de maio de 2010

SAUDADES DO CARNAVAL. (MAS DO CARNAVAL)



Carnaval...  era tudo tão mágico nos anos 70! Em setembro reuníamos a turma para pensarmos na fantasia do bloco que íamos formar pra invadir aquele Social em fevereiro (algumas vezes era março). Tinha concurso de blocos e também do folião e foliã do ano. Meu pai, num daqueles anos, foi eleito o folião, e ele era mesmo. Não parava um minuto. Ele e minha mãe lideravam o bloco, que chegou a ter 112 pessoas, quando fizemos um baralho, aliás, dois, com Coringão e tudo porque já não tinha mais cartas.
Tudo acontecia no Salão Nobre, que se enchia de amigos, namorados, paqueras, pai, mãe. Éramos adolescentes e passávamos o Carnaval com a família. Como somos os únicos da família no interior, vinham para cá praticamente todos os meus primos de Beagá, Rio e Brasília, trazendo os melhores amigos. Minha casa ficava parecendo um albergue e meu pai comprava o balaio inteiro do padeiro que passava de Kombi na nossa rua e que não acreditava que comeríamos aquele tanto de pão.
Eram os melhores quatro dias do ano. O último dia era o mais esperado porque a banda descia para a piscina e o baile passava a ser lá. Entrávamos de roupa e tudo, ou fantasiados, e ficávamos até depois do dia amanhecer, nos despedindo daquele mais animado dia. Era também dia de despedida de muitos que vinham passar o Carnaval aqui em Monlevade, considerado um dos melhores do interior de Minas.
As músicas de Carnaval eram tocadas somente no Carnaval. Não como hoje, que o Carnaval se descaracterizou e tornou-se um amontoado de gente, andando pra lá e pra cá, ouvindo músicas que tocam todos os dias, em todas as rádios: axé, funk, sertanejo, MPB estilizada, tudo. Tudo, menos músicas de Carnaval.  Hoje não tem espaço nem para os sambas enredos das Escolas de Samba do Rio, que são o símbolo, o que representa o Carnaval brasileiro no mundo.
Não compreendo essa mesmice. Se vamos a uma festa de 15 anos, Axé. Se vamos a um casamento, Axé.  Bodas de Ouro, Axé. Cavalgada, Axé. E gente prá lá, gente pra cá. Ah, quanta saudade do Carnaval-Carnaval, das lindas fantasias, daqueles quatro dias de folia embalados por marchinhas, batidas de índio quer apito e sambas de partido alto, de enredo, de emoção. Ninguém mais dança, se abraça pra brincar ou faz trenzinho no salão. Aliás, não tem mais salão. Mal o Carnaval terminava e a saudade começava, pois Carnaval era só no Carnaval e era tudo de bom! Ai, que saudade que a Pré-folia do Carnaval da Gente me fez sentir. E foi muito bom relembrar. Obrigada!
Um bom Carnaval-Axé-Sertanejo pra todos.

Lutécia é Pedagoga, formada no IES-FUNCEC, especialista em Orientação Educacional e licenciada em Habilitações Básicas em Saúde e Saneamento pela PUC-RS.

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