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sábado, 29 de maio de 2010

SEM UM VICE PRA CHAMAR DE SEU... Aécio descarta ser vice de Serra e ironiza "gesto patriótico"

27 DE MAIO DE 2010 - 17H33

O ex-governador mineiro Aécio Neves afirmou nesta quinta-feira (27) que vai disputar uma cadeira no Senado e criticou versões veiculadas de que ele seria “antipatriota” ao não aceitar ser vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB) para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio se disse extremamente animado para ingressar na campanha e afirmou que o momento é de conter as ansiedades no PSDB e nos partidos aliados.

“Estou absolutamente convencido que a melhor forma para ajudar a dar uma vitória ao governador Anastasia em Minas Gerais e ao companheiro José Serra e estando em Minas Gerais candidato ao Senado. Não houve nenhuma modificação no cenário e preciso que essas ansiedades sejam contidas”, disse Aécio, que afirmou que dará “suor e sangue” para alcançar seu objetivo.

A declaração foi dada após reunião no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo mineiro, com o ex-presidente da República Itamar Franco e o governador do Estado, Antonio Anastasia.

O ex-governador passou quase 30 dias no exterior e, recentemente, seu nome voltou a ser o preferido para ocupar a vice na chapa de Serra, principalmente após a petista Dilma Rousseff ter alcançado o pré-candidato tucano nas pesquisas de intenção de voto.

O ex-governador ainda rebateu críticas de empresários ligados a Serra de que ele seria antipatriota ao não aceitar a condição de vice de Serra. “Chega a ser uma piada. Ninguém teve mais gestos de generosidade do que eu”, disse o tucano.

Aécio disse que a sua decisão já havia sido tomada desde que deixou a disputa interna para ser o nome indicado do PSDB a disputar a sucessão presidencial, em dezembro do ano passado. A decisão, segundo ele, foi para não causar rupturas no partido e nos aliados. "Ninguém tem mais visão de país do que eu. No momento em que abro mão da minha pré-candidatura, faço isso para garantir a unidade partidária e para me aliar ao companheiro José Serra", afirmou.

A aceitação de Aécio para o posto de vice era a última esperança da oposição para reanimar a campanha serrista, atualmente desanimada com a queda do tucano José Serra nas pesquisas.

Com a negativa de Aécio, a campanha tucana volta à estaca zero na sua busca por um vice para José Serra. O último nome a ser cogitado foi o do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), mas depois de uma manobra promovida pelo senador que prejudicou a eficácia do projeto Ficha Limpa, os tucanos passaram a avaliar que Dornelles não seria uma figura desejável na chapa tucana. Além disso, o PP está quase decidido a ficar neutro na disputa presidencial, não apoiando oficialmente nenhum dos candidatos. (
Leia mais aqui)

Ao mesmo tempo, o DEM, aliado histórico dos tucanos, tem deixado claro em várias declarações de seus líderes que o partido só abriria mão da vaga de vice se Aécio aceitasse integrar a chapa com Serra. Com a recusa de Aécio, os demos devem voltar à carga para reivindicar o posto e o nome que eles têm a mão para oferecer, por enquanto, é o da senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

Sem um vice para chamar de seu e com aliados em debandada, Serra deve entrar no mês de junho, o mês dos namorados, mais solitário do que nunca.

Da redação, com agências


Cultura é gênero de primeira necessidade, diz Lula

28 DE MAIO DE 2010 - 8H44


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (27) durante a cerimônia de reabertura do Theatro Municipal do Rio de Janeiro que a cultura é um “gênero de primeira necessidade” e que por meio dela se constrói uma sociedade mais justa.

“O país não pode prescindir de um metro quadrado de espaço cultural, porque é exatamente por meio da cultura que vamos construir uma sociedade mais justa e humanista”, afirmou.

De acordo com o presidente, a reabertura do Municipal, depois de dois anos de uma ampla reforma, reflete um momento de consolidação de políticas culturais no país. Lula lembrou de programas do governo com objetivo de facilitar o acesso à cultura, como o vale-cultura, e ressaltou as mudanças na Lei Rouanet para a expansão da produção artística no país.

“A cultura deve ser entendida como gênero de primeira necessidade porque assistir a um espetáculo num local tão maravilhoso e singular, como este teatro, alimenta tudo aquilo que nos é caro: nossos sonhos”, disse.

Lula destacou ainda a importância do Municipal para os cariocas, e para os brasileiros em geral, e criticou as administrações anteriores que não se responsabilizaram pela conservação e reforma do teatro. “Todo brasileiro é um pouco carioca. Vocês restauraram não apenas o teatro, que não tem preço, o preço está na autoestima”, afirmou.

Agência Brasil

quinta-feira, 27 de maio de 2010

RESGATANDO A NOSSA HISTÓRIA...

Há algum tempo estive em Santa Luzia e chamou-me a atenção uma placa indicativa com os dizeres: Centro Histórico. Embora estivesse a serviço e o cansaço após o expediente convidasse a tomar um banho e descansar, não pude deixar de seguir aquela indicação e conhecer a história que aquela cidade tinha pra me contar. Uma bela história que eu não conheceria se não fosse aquela placa.

Pois bem: começa a germinar na cidade um movimento que pretende lembrar aos monlevadenses mais antigos, aos que chegaram há pouco tempo e aos que chegarão ou estão de passagem, que temos uma história e que ela merece ser visitada e preservada. Estou falando do movimento que propõe alterar o nome do Centro Industrial para Centro Histórico e que vem ganhando o apoio e a simpatia de algumas pessoas, preocupadas com o abandono e com o desconhecimento que até os próprios monlevadenses têm do local onde foi erguida a primeira cidade operária do Brasil, elevada a distrito do município de Rio Piracicaba em 27 de dezembro de 1948. Construída pela Cia Siderúrgica Belgo Mineira, com toda a estrutura para abrigar os trabalhadores que para cá vieram, de várias partes do país, João Monlevade acabou desenvolvendo o seu comércio fora dos limites das propriedades da  Belgo, dando origem ao movimentado centro comercial que é hoje Carneirinhos.
Essa expansão acabou por isolar a comunidade que deu origem à nossa cidade, que ao longo do Rio Piracicaba abriga alguns espaços que merecem ser visitados e admirados, como a Fazenda Solar, construída nas primeiras décadas de 1800, da Igreja de São José dos Operários, símbolo da cidade, projetada pelo arquiteto Iaro Burian, cuja forma de V (Vereda, Verdade e Vida) faz alusão à Vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial; do Cemitério Histórico, em frente ao Social Clube, local onde estão sepultados Jean Monlevade,  Louis Ensch e alguns escravos; da Gruta de Nossa Sra. de Lourdes, do Centro de Educação Ambiental (CEAM), área de preservação da mata atlântica, e da Escola Estadual Santana, que guarda uma imagem de Sant’Ana, em tamanho natural, esculpida em madeira.
Em momento algum, acredito, alguém chegará a uma cidade e terá a curiosidade de conhecer o seu Centro Industrial.  Seu Centro Histórico, porém, já é um convite à visitação. E para que a memória da nossa cidade, ou o que dela restou seja valorizada e admirada, essa mudança de nome se faz necessária. Só lamento, e quase que todos os dias, quando vejo fotos daquela Monlevade demolida, que ninguém na época tenha lutado pelo tombamento daquele conjunto arquitetônico ímpar,  que nunca poderia ter ido ao chão. Portanto, para que possamos mostrar, preservar e nos lembrar do que restou da nossa história, responda à enquete:  Você é a favor de alterar o nome do Centro Industrial para Centro Histórico? O resultado  darei no dia 17 de junho.
Tenha uma ótima noite, repleta de boas lembranças.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

PEIXE MORRE É PELA BOCA!

Quando era menina, minha mãe não permitia que escolhêssemos comida. Tínhamos que comer de tudo, exceto jiló, que ela não nos obrigava. Ela dizia que a boa saúde só depende de uma ótima alimentação e que, quanto mais variada e colorida fosse a comida, mais dali ingeriríamos o necessário para suprir nossas necessidades de vitaminas, proteínas, carboidratos, etc. Isso incluía, portanto, as verduras, os legumes e algumas frutas, que não atraem muito as crianças de uma maneira geral. Crescemos, e minhas quatro irmãs nunca tiveram qualquer problema de saúde que causasse preocupação, provocasse uma internação ou acompanhamento médico. Só resfriados e fraturas. Eu tive uns problemas alérgicos, fungo no pulmão, grave, porém passageiro. Meu pai, com 81 anos, surpreende o médico quando faz seu periódico: nunca tem problema algum. Esbanja saúde e disposição para trabalhar na sua rotina doméstica, para fazer a sua musculação, natação e para se divertir.


Minha mãe não era nenhuma futuróloga mas estava certa. Aprendi, cursando habilitação em Saúde e Saneamento (PUC-RS), que nosso corpo precisa de alimentos e que estes precisam ser saudáveis para que ele também seja, afinal, “nós somos o que comemos”. O sistema responsável pela proteção da nossa saúde e pelo combate das doenças é a imunidade e para mantê-la em dia basta ter uma alimentação balanceada, que se resume numa alimentação variada. Portanto o segredo é comer o máximo de variações alimentares, sempre consumindo um pouco de cada grupo alimentar: carboidratos, vitaminas, sais minerais, fibras, proteínas e lipídios. Por isso, não podem ficar fora da nossa dieta peixes, frutos do mar, linhaça, soja, vegetais, frutas, ovo, leite e derivados, sempre observando a quantidade.


A promoção da saúde é considerada um instrumento conceitual, político e metodológico em torno do processo saúde/doença, que visa analisar e atuar sobre as condições críticas para melhorar as condições de saúde e qualidade de vida. O chamado “estilo de vida moderno” a que todos estamos sujeitos é o grande fator de risco à saúde já que, pela falta de tempo, nos leva a adquirir hábitos alimentares inadequados, ao sedentarismo, à obesidade, conjugados com o tabagismo e o alcoolismo, que compõem as principais causas para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis. Acredito, portanto, que ações simples poderiam promover e muito a manutenção da saúde: acrescentar, no currículo escolar do ensino básico, junto com a educação física, a educação alimentar, passando a disciplina a se chamar “vida saudável”, para que cada um entenda, adquira e transmita bons hábitos da prática de exercícios físicos e da alimentação, conhecendo os alimentos, suas funções no corpo e sua importância, Assim, quem sabe, num futuro muito próximo, teremos, ao invés de médicos em abundância nos postos de atendimento públicos e privados, “orientadores alimentares e físicos”, atuando em diversos espaços de convivência e de práticas esportivas, transformando a medicina curativa em medicina preventiva, mais barata e muito mais eficaz? Seria somente uma inversão de valores: investir na saúde, não na doença.


Então, boa vida saudável pra todos.




Lutécia Mafra Espeschit é Pedagoga, especialista em Orientação Educacional (IES-FUNCEC) e habilitada em Saúde e Saneamento pela PUC-RS.

VACINAÇÃO É PREVENÇÃO



O nome vacina, conferido às substâncias que imunizam o organismo contra certas doenças, surgiu no século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner, após inúmeras observações, percebeu que pessoas que conviviam com vacas adoecidas pela varíola e possuíam ferimentos tais como esses animais, não eram contagiados. Assim, injetou o pus dessas vacas em um menino saudável e, tempos depois, apesar das reações adversas, foi inoculado com a varíola humana e não adoeceu. Durante vários anos aplicou o pus das feridas dos adoecidos em inúmeras pessoas, imunizando-as da moléstia. Em sua publicação, que deu origem ao nome “vacina”, Jenner usou o termo “varíola da vaca” em latim: "variola vaccinae” que, com o tempo, acabou popularizando o termo “inoculação da vacina”. 
Em alguns locais, como na França e no Brasil, a obrigatoriedade da vacinação provocou alguns curiosos conflitos: em 1805, Napoleão Bonaparte obrigou que todos seus soldados fossem vacinados, o que gerou insatisfação e rebeldia contra essa ordem do Imperador. Outro conflito, porém mais recente, foi a “Revolta da Vacina”, ocorrida em 1904, no Rio de Janeiro, quando o então presidente Rodrigues Alves, juntamente com o prefeito Pereira Passos e o médico Oswaldo Cruz, pretenderam executar uma grande empreitada sanitária a fim de “modernizar” e higienizar a região. Consistia em retirar as pessoas das ruas, declarar guerra aos mosquitos, ratos e outros animais “maléficos”, obrigar a população inteira a vacinar contra a varíola, criando, inclusive, a Lei da Vacina Obrigatória, em 31 de outubro de 1904. A reação popular a essa obrigatoriedade foi extrema: pedradas, protestos, incêndios, dentre outras formas de revolta, que fizeram com que o governo revisse a determinação legal. Hoje, sem essa obrigatoriedade, a população tem consciência dos benefícios de se prevenir contra inúmeras doenças através da vacinação e toda campanha promovida pelo Ministério da Saúde é coroada de sucesso.
No dia 8 de março, começou a campanha de vacinação contra o vírus H1N1 no Brasil, mais conhecido como o vírus da gripe suína, uma gripe pandêmica que atualmente está acometendo a população de inúmeros países. A campanha termina no dia 21 de maio e, nesses dois meses, espera-se que 90 milhões de brasileiros sejam vacinados.
O Ministério da Saúde informou que o objetivo da campanha não é conter o vírus, e sim vacinar as pessoas mais vulneráveis, priorizando os grupos de risco. Por indicação da Organização Mundial de Saúde, estão excluídos da campanha os bebês de até seis meses de idade, os jovens de 2 a 20 anos e adultos de 40 a 59 anos, por serem os grupos que correm menor risco. As vacinas serão aplicadas nos postos da rede pública de todo o território nacional, conforme o calendário de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde: Profissionais de saúde e indígenas –  de 8 a 19 de março; Gestantes, doentes crônicos e crianças de 6 meses a 2 anos – de 22 de março a 2 de abril; Jovens de 20 a 29 anos –  de 5 a 23 de abril; Idosos (mais de 60 anos) com doenças crônicas – 24 de abril a 7 de maio e pessoas de 30 a 39 anos – de 10 a 21 de maio.
Se você está entre os que devem tomar a vacina, procure os postos de vacinação da cidade e previna-se. O inverno se aproxima e a gripe suína, com certeza, não é nada bem vinda. 

ABERTA, OFICIALMENTE, A TEMPORADA DE CAÇA!

Recebi, no Orkut depoimento de um amigo, jovem, que vem complementar o que escrevi sobre a Geração Ficantes e que passa a preocupar não só nós, que já passamos dos 30, 40, 50, 60, mas aqueles que ainda não chegaram à idade das balzaquianas. Com autorização do mesmo, transcrevo o que ele me enviou: 
“Aqui, tô passando pra te falar outra coisa! Lutécia, não sei o que está acontecendo comigo, mas essas noitadas não estão me satisfazendo mais! Tipo, quase sempre, quando saio pra esses shows e festas, volto pra casa meio deprimido, meio vazio! Vejo o pessoal curtindo, se entregando aos instintos, e quase sempre tô me sentindo um peixe fora d´água! Sábado, por exemplo, só fui naquela calourada porque aqueles dois amigos me tiraram de casa! Mas ao vê-los saindo da festa, maldizendo a noite só porque não “comeram” ninguém, eu pensei comigo: a que nível de mediocridade nós chegamos? A noite transformou-se num safári, onde abriram a temporada de caça a qualquer fêmea que esteja disponível, qualquer uma que seja. Pode ser que eu esteja ficando doido, mas não sei porque, essas noitadas têm é me entristecido!” 
Aí eu me pergunto e me respondo novamente: por que as pessoas, hoje, não têm empatia, nada exergam além do próprio umbigo? Por que, numa relação amorosa, a maioria prefere o beijo por beijo, sexo por sexo e abrem mão da relação de carinho, companheirismo, amizade, preocupar-se com o outro, cuidar do outro? E a resposta, sob o meu ponto de vista é: competitividade. Competitividade somente. Hoje, o sistema político e econômico globalizado vigente é o de “quem tem a boca maior, engole o outro”. E o ser humano, na essência, é mesmo competitivo. Mas ao longo da história da humanidade, fomos diferindo-nos dos animais, dos comportamentos mais atrelados ao instinto, criando regras e leis baseadas no senso comum, para permitir uma melhor convivência entre todos.  
Hoje também me entristeço quando percebo que os mais novos estão “patrolando” todo mundo e perdendo um tempo bom da vida, que é o tempo em que semeamos as grandes amizades e vivemos os grandes amores. O uso excessivo da internet nos sites de relacionamento, no orkut, no msn e outros, vem transformando todos em amantes do “eu mesmo”. Estão abrindo mão do “ser humano”, e voltando a viver sob o comando dos instintos quando se encontram téte-à-téte.  E, quando chega o dia seguinte a uma festa, lá estão todos sozinhos, sentados à frente de algum computador, relacionando-se com uma telinha, cheia de letras e imagens. O cheiro, o toque, a química, nada disso mais interessa a médio ou longo prazo. É tudo muito rápido, minutos que não interessa serem prolongados. 
E a vida transcorre corrida, os minutos contados e todos abandonados. Ninguém mais tem tempo pra ninguém. Uma pena! 

RAZÃO X EMOÇÃO


Praticamente, todos os dias,  travamos uma batalha interna ao nos depararmos com determinadas situações que confrontam razão e emoção. Seja na vida profissional ou na pessoal, as emoções, muitas vezes, nos levam a provocar situações constrangedoras, mais freqüentes quando envolvem relações sentimentais, amorosas e passionais. Quem já não presenciou brigas amorosas em público ou já não foi protagonista de um grande mico por agir impulsivamente? A todo momento precisamos controlar nossas emoções. Elas nos fazem agir por impulso e, normalmente, nos arrependemos das atitudes tomadas impensadamente.

A razão age sobre nós como uma regra disciplinar. Por impulso agimos quase que por instinto, para satisfazermos um desejo e obtermos prazer, sem ponderação. A razão já exige um tempo maior e uma reflexão sobre a melhor escolha para contornarmos uma situação conflitante ou atingirmos um objetivo, sem atropelarmos o curso natural das coisas ou o tempo necessário para realizá-las. Por isso, para evitarmos arrependimentos e situações constrangedoras, o melhor é respirarmos fundo, contarmos até dez e refletirmos sobre as conseqüências que podem trazer uma atitude ou palavras ditas no calor de alguma discussão ou situação incômoda.

Saber lidar com esses conflitos diários exige autoconhecimento e também das regras e costumes de cada contexto, de cada povo e de cada cultura. A razão é regulada, portanto, pelo senso comum. Comportamentos considerados racionais (ou não) mudam de lugar para lugar, de cultura para cultura. Não é uma unanimidade. Hábitos de um povo, de um país, podem ser considerados irracionais em outros. A razão é, portanto, uma questão de “foro cultural”. É um policiamento constante das nossas vontades, necessário para uma convivência harmônica entre os seres humanos.

Mas, como humanos que somos, não podemos deixar que a busca pela excelência da racionalidade nos transforme em seres sem emoção. Ela é o tempero da nossa vida e nos enche de prazer quando somos por ela movidos, desde que comedidamente. Rir, chorar, amar, esbravejar e sentir as diferentes reações que cada momento nos proporciona é o que nos manterá na qualidade de humanos, que levam consigo essa mistura do racional e do emotivo. E se você não se importar com o dia seguinte, faça o que manda o seu coração: “ame e dê vexame”.

AVE, GREVE DOS PROFESSORES!

No último dia 08 de abril, professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais iniciaram mais uma greve, por tempo indeterminado, reivindicando para os docentes do Estado, ao menos o pagamento do Piso Nacional para a Docência, instituído pela Lei 11.738, de 16 de julho de 2008, que diz o seguinte em seu Art. 2o : “O piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica será de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”.

A principal reivindicação dos professores, segundo o Sindi-Ute, é a implementação do piso salarial (corrigido) de R$1.312,85, por uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. Esse valor é reivindicado para os professores com nível médio de escolaridade. A remuneração base dos demais trabalhadores do ensino será calculada de acordo com a tabela dos planos de carreira. Outro motivo da greve, foi a proposta feita pelo Governo do Estado de conceder aumento linear de 10%, causando insatisfação principalmente nos professores com mais tempo de carreira.
Ouvi três mães comentando sobre a greve e sobre o absurdo dos alunos ficarem sem aulas, o dia inteiro em casa sem o que fazer (penso que poderiam aproveitar o tempo ocioso para revisar as matérias) e que isso, de acordo com uma, deveria ser proibido. Pois bem, talvez elas não soubessem (porque não tive como não me meter na conversa delas) que esse salário que os professores estão reivindicando, pelo qual vêm brigando (no sentido bom da briga), é, atualmente, o 8º pior salário da Federação e, comparados em um estudo da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), divulgado em dezembro de 2009 em Paris, o 3º pior salário de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento (aqui desconsiderados a maioria dos países da África e os mais pobres da Ásia).
Também não sabiam que, na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. E que, no topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano, 5 vezes menos que em Portugal, onde o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos professores suíços. Na Argentina, país vizinho ao nosso, o salário de um professor é de US$ 9.857 por ano, o dobro do salário dos professores brasileiros.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a UNESCO dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe (mais de 29 alunos) o que prejudica o ensino.  Na Dinamarca, por exemplo, a média é de 10 alunos por classe. O Brasil também foi criticado pela UNESCO, já que apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Até nas Filipinas, que ficou à frente do Brasil no ranking de baixos salários para a docência, todos os professores são obrigados a ter diploma de ensino superior. Mas com os baixos salários oferecidos no Brasil, a carreira de professor vem sendo desestimulada entre os jovens e, aqueles que optam em seguir carreira e especializar-se com mestrado, doutorado, com alto nível de educação, acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.

O Fundef – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, deveria redistribuir recursos a Estados e municípios de acordo com o número matrículas. Por lei, 60% da verba deve ser gasta com remuneração de professores. Será que essa prática vem sendo adotada? Nada encontrei em minha pesquisa sobre essa distribuição.
Portanto, com relação à greve dos Professores da Rede Estadual de Ensino, deixo aqui a minha solidariedade e o meu respeito a todos os professores que estão lá na praça reivindicando melhores condições de trabalho e salário, porque sei que, ao longo da história das conquistas trabalhistas, nada aconteceu sem luta. E, finalizando, cito uma máxima de Bertold Brecht:  “As margens do rio que tudo arrasta se diz violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem e o comprimem”. 

VOLTA ÀS AULAS

Iniciar um ano letivo é um acontecimento cheio de expectativas e ansiedade em qualquer parte do mundo. É o reencontro de colegas, a oportunidade de fazer novas amizades, a curiosidade sobre o conteúdo das disciplinas, sobre os professores e de como nos sairemos com o novo que nos será apresentado. São projetos de vida que serão moldados no período escolar, que é o mais intenso ensaio da convivência social, nos fazendo lidar com as diferenças e, ao mesmo tempo, tornando-nos iguais. Mas uma coisa chama-me àtenção no dia-a-dia dos estudantes secundaristas monlevadenses: a falta da criação e da atuação dos Grêmios, direito dos estudantes de se organizarem e participarem de entidades estudantis, garantido, entre outros, pelo  Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu artigo 53º inciso IV.
     O Grêmio Estudantil é independente da administração escolar e deve manter-se distante de partidos políticos, respeitando a pluralidade de cada estudante. É a organização que representa os interesses dos estudantes na escola. É um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.  Um de seus principais objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando festas, campeonatos, palestras, discussões sobre temas pontuados, desenvolvendo projetos de interesse da comunidade, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem da programação e da construção das regras dentro da escola, junto com pais, funcionários, professores, especialistas e diretores.  Grêmios estudantis são entidades em que os estudantes desempenham uma atividade política, denominada de movimento estudantil – lugar onde todos exercem sua cidadania, ou seja: lutam por uma maior e melhor relação entre alunos e professores, bem como buscam uma formação escolar voltada para a sua realidade, seu contexto. No momento em que os jovens optam pela participação nos grêmios, naturalmente iniciam suas atividades reivindicando por melhorias no espaço físico da escola, etc. Mas com o passar do tempo, logo passam a discutir temas de abrangência pública, como projeto político-pedagógico, programas de cultura e lazer, políticas de emprego, educacional, com especial atenção ao acesso à universidade, campanhas de combate à violência, ao uso de drogas, entre outros.
 Depois de acesa e alimentada, a chama da participação domina o espírito dos estudantes e os encoraja ao exercício da cidadania, fazendo com que ocupem outras instituições da escola, como o Conselho Escolar, Associação de Pais e Mestres, chegando muitas vezes a liderá-las, além de atuar em outras organizações externas ao ambiente escolar, superando, em alguns casos, as fronteiras comunitárias.
A participação no Grêmio Estudantil é um intenso processo pedagógico de negociação, questionamento e empreendedorismo, elementos centrais no amadurecimento individual e profissional dos estudantes.
Então, que tal criar o Grêmio Estudantil na sua escola, um espaço propício para semear perspectivas e colher soluções? Mãos à obra, bom trabalho e sucesso..

     
Lutécia Mafra Espeschit é Pedagoga, especialista em Orientação Educacional e licenciada em Habilitações Básicas em Saúde e Saneamento pela PUC/RS

SAUDADES DO CARNAVAL. (MAS DO CARNAVAL)



Carnaval...  era tudo tão mágico nos anos 70! Em setembro reuníamos a turma para pensarmos na fantasia do bloco que íamos formar pra invadir aquele Social em fevereiro (algumas vezes era março). Tinha concurso de blocos e também do folião e foliã do ano. Meu pai, num daqueles anos, foi eleito o folião, e ele era mesmo. Não parava um minuto. Ele e minha mãe lideravam o bloco, que chegou a ter 112 pessoas, quando fizemos um baralho, aliás, dois, com Coringão e tudo porque já não tinha mais cartas.
Tudo acontecia no Salão Nobre, que se enchia de amigos, namorados, paqueras, pai, mãe. Éramos adolescentes e passávamos o Carnaval com a família. Como somos os únicos da família no interior, vinham para cá praticamente todos os meus primos de Beagá, Rio e Brasília, trazendo os melhores amigos. Minha casa ficava parecendo um albergue e meu pai comprava o balaio inteiro do padeiro que passava de Kombi na nossa rua e que não acreditava que comeríamos aquele tanto de pão.
Eram os melhores quatro dias do ano. O último dia era o mais esperado porque a banda descia para a piscina e o baile passava a ser lá. Entrávamos de roupa e tudo, ou fantasiados, e ficávamos até depois do dia amanhecer, nos despedindo daquele mais animado dia. Era também dia de despedida de muitos que vinham passar o Carnaval aqui em Monlevade, considerado um dos melhores do interior de Minas.
As músicas de Carnaval eram tocadas somente no Carnaval. Não como hoje, que o Carnaval se descaracterizou e tornou-se um amontoado de gente, andando pra lá e pra cá, ouvindo músicas que tocam todos os dias, em todas as rádios: axé, funk, sertanejo, MPB estilizada, tudo. Tudo, menos músicas de Carnaval.  Hoje não tem espaço nem para os sambas enredos das Escolas de Samba do Rio, que são o símbolo, o que representa o Carnaval brasileiro no mundo.
Não compreendo essa mesmice. Se vamos a uma festa de 15 anos, Axé. Se vamos a um casamento, Axé.  Bodas de Ouro, Axé. Cavalgada, Axé. E gente prá lá, gente pra cá. Ah, quanta saudade do Carnaval-Carnaval, das lindas fantasias, daqueles quatro dias de folia embalados por marchinhas, batidas de índio quer apito e sambas de partido alto, de enredo, de emoção. Ninguém mais dança, se abraça pra brincar ou faz trenzinho no salão. Aliás, não tem mais salão. Mal o Carnaval terminava e a saudade começava, pois Carnaval era só no Carnaval e era tudo de bom! Ai, que saudade que a Pré-folia do Carnaval da Gente me fez sentir. E foi muito bom relembrar. Obrigada!
Um bom Carnaval-Axé-Sertanejo pra todos.

Lutécia é Pedagoga, formada no IES-FUNCEC, especialista em Orientação Educacional e licenciada em Habilitações Básicas em Saúde e Saneamento pela PUC-RS.

OS PERIGOS DA DENGUE!

Parece chover no molhado de tanto se ouvir falar no assunto, mas a dengue, que hoje coloca Monlevade em estado de emergência, é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus da família Faviridae,  transmitida através do mosquito Aedes Aegypdi, também infectado pelo vírus. Atualmente é considerada um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, já que não existem vacinas ou medicamentos que impeçam a contaminação e, principalmente, existe a necessidade de que todos se conscientizem dos perigos da dengue e entendam que a sua prevenção é resultado de uma ação das mais simples: evitar o nascimento do mosquito, que se reproduz na água parada, em qualquer tipo de recipiente, 

Existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos,  denominados DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 sendo que, no Brasil, já foram encontrados dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na Costa Rica.

Clinicamente a dengue pode se apresentar de quatro diferentes formas: infecção inaparente, em que a pessoa está infectada pelo vírus mas não apresenta nenhum sintoma. A dengue clássica, que é uma forma mais branda da doença e seus sintomas semelhantes aos da gripe: a pessoa infectada tem febre alta, de 39º a 40ºC, dor muscular e nas articulações, dores de cabeça, cansaço, indisposição, enjôos, vômitos, dor abdominal (mais comum em crianças), dentre outros, que duram em média uma semana. Com mais gravidade, a Febre Hemorrágica de Dengue se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Após o terceiro ou quarto dia da evolução da doença, provocando sinromas parecidos com a Dengue Clássica, surgem hemorragias, em virtude do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. Por último, a Síndrome do Cheque de Dengue, que é, então, a mais grave apresentação da doença, que provoca uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa apresenta pulso quase imperceptível, palidez, inquietação e perda da consciência. Várias complicações podem ocorrer, como alterações neurológicas, hemorragia digestiva, derrame pleural, problemas cardiorrespiratórios e insuficiência hepática, levando o infectado à morte.

Como a proliferação do mosquito é rápida, além das iniciativas governamentais para interromper o ciclo de transmissão e contaminação, é importantíssimo a colaboração de toda a população,  que não deve deixar água parada em locais como vidros, potes e suas tampas, pratos, vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, etc. Existem plantas, principalmente algumas ornamentais, cujas folhas ou flores também transformam-se em recipientes para retenção de água, que pode acolher ovos e larvas do Aeds Aegypdi. O bom é observar e eliminar qualquer local que possa coletar e armazenar água da chuva ou de qualquer outra fonte.

Portanto, vamos colaborar na limpeza das residências, quintais e lotes e utilizar os serviços de recolhimento de entulhos que a prefeitura está realizando nos bairros, de acordo com roteiro já programado. Não podemos deixar que um pequeno e irracional mosquito interrompa a nossa tranquilidade e provoque mortes em nossa cidade. Todos colaborando na limpeza e na eliminação de recipientes favoráveis à proliferação do mosquito, iremos vencer essa quase epidemia que preocupa a todos nós.

 JUNTOS PODEMOS MAIS

VELOZES!



 Nossa comunicação com pessoas que estavam distantes, na minha adolescência, era através de cartas enviadas pelos Correios. Telefonemas interurbanos eram muito caros e raros.  Tive que comprar um bloco de folhas muito finas porque minhas cartas tinham, em média, 15, 20 folhas (tamanho carta, pouco menor que A4) e não cabiam nos envelopes se fossem escritas em papel usual. Ainda tenho muitas que recebia de primos, amigos, namorados, família, todas guardadas. Quando o carteiro chegava, depois de uns cinco dias da correspondência postada, era uma felicidade imensa abrir aqueles envelopes e encontrar fatos, fotos, acontecimentos, sentimentos, até em papel perfumado e decorado. Minha prima de Brasília me mandava cartas em papel com cheiro de morango, pêssego, tutti-frutti.  Era uma delícia quando eu as abria e aquele cheirinho gostoso invadia minhas narinas enquanto lia as  “notícias do mundo de lá”.

 Hoje não abro mais envelopes de cartas. Abro o meu Orkut e lá estão recadinhos-surpresa e depoimentos de amigos e amigas, alguns só virtuais, postados e recebidos a uma velocidade inimaginável naquele tempo, e que só quem viveu lá sabe a diferença de estar aqui.  Aí vejo fotos, comentários, e me perco pela madrugada, principalmente no JOÃO MONLEVADE FOTOS ANTIGAS, que faz uma revisão do meu  passado, aquele dos Anos Dourados, do romantismo e da Ditadura Militar - outros tempos, outros objetivos, outras convicções, outros sonhos.  Nós queríamos somente a LIBERDADE (Art 5º da Constituição Brasileira), até então tolhida pela força das armas, da censura, das torturas. Hoje a liberdade transformou-se em competitividade, natural no atual sistema, onde o ditador é o capital. E nesse percurso, os românticos se perderam. Nossa luta era sincera, objetiva e ferrenha. Hoje percebo que muitos não sabem verdadeiramente o que buscam. Os sonhos dependem do mercado, não das convicções, que se deparam, na maioria das vezes, com portas estreitas, quase fechadas, transponíveis somente para os que acreditam que o sonho pode e deve, mesmo que lentamente, tornar-se real.

Assim, a velocidade das notícias e dos fatos que as geraram, da comunicação em geral, continua em crescimento contínuo, mas os sonhos românticos, para alguns, vão também, velozes,  se perdendo e ficando para trás.


Lutécia Mafra Espeschit é pedagoga, formada no IES/FUNCEC , especialista em Orientação Educacional  e licenciada em Saúde e Saneamento pela PUC-RS.

MONLEVADE EM BOAS MÃOS

A chegada do Ano Novo é sempre marcada por grande expectativa de dias melhores, com muitas realizações. Como um presente de Natal, tive grande alegria quando, na semana passada, abri os jornais locais e li as notícias que estão “bombando” no meio esportivo e cultural: anunciado, para 2010, o início da construção da Praça da Juventude, projeto do Ministério do Esporte, da ordem de 1,6 milhões, que vem atender a uma grande carência de espaço de socialização e prática esportiva em nossa cidade e tornar realidade um dos itens do programa do atual governo: a construção do Centro Olímpico. Uma área de 7.200m2 que abrigará campo de futebol society, quadra poliesportiva coberta, quadra de vôlei de praia, pistas de caminhada, de skate e para salto, teatro de arena, centro de convivência, área de exercício, espaço para reuniões, vestiário e administração, podendo sofrer ainda algumas adaptações para atender as demandas do nosso contexto.
            Para a valorização e produção das atividades artísticas e culturais do nosso município, a prefeitura apresentou o projeto arquitetônico e estrutural do Centro Cultural e Turístico, que já conta com R$292 mil em vias de liberação para o início das obras, em local ainda em fase de estudo. Será um espaço para exposições artísticas, realização de oficinas de arte para a população, sala de cinema e espetáculos e que também abrigará a Fundação Casa de Cultura, que atende hoje a 900 pessoas, de todas as idades, em cursos de piano, violão, bateria, dança, teclado, canto, pintura em tela e em tecido e que terá outros cursos implantados a partir do ano que vem.
Apesar da crise mundial que provocou queda na arrecadação do município, nosso governo mostrou a que veio (ou a que vem vindo): com coragem, com habilidade política para obtenção de recursos e vontade de realizar ações que beneficiam todos os segmentos da nossa sociedade, teremos, muito em breve, e muito mais rápido do que se podia imaginar, uma cidade mais humana, com uma população mais sadia e com mais opões de lazer.
Aos poucos vamos sentindo mais prazer em viver em nossa João Monlevade. A cidade está mais bonita, tratada com o carinho que ela merece, com mais atenção em todas as áreas da administração pública: educação, saúde, esporte, cultura, meio ambiente, trânsito, urbanização, etc. É muito bom saber, ver e sentir que a nossa cidade agora está em Boas Mãos.
Desejo que no Ano Novo possamos, e cada dia mais, contribuir e torcer para que Monlevade tenha encontrado o caminho da prosperidade e que estejamos no rumo certo para transformar nossa cidade na melhor cidade pra se viver. Um feliz 2010 pra todos.

DE QUEM É A CULPA?


Diversos meios de comunicação tem abordado, com freqüência, a questão do consumo de bebida alcoólica por jovens cada dia mais jovens. Em Monlevade não é diferente. Hoje, mais que em outros tempos, as festas multiplicam-se na cidade, com ingresso a preço acessível e bebida liberada. Normalmente são festas com 8 horas de duração, que tem início às 14 horas e término às 22 horas. Acontecem em repúblicas estudantis e espaços para realização de eventos, que oferecem, cada uma à sua moda, um tipo de bebida colorida e adocicada, misturada a outra destilada, quase sempre vodka. São festas alegres, com música ao vivo, muita bebedeira e descontração.
Monlevade é, hoje, um pólo acadêmico, com Universidade Federal, Estadual e Faculdades Particulares, que trouxeram um grande número de jovens que residem em repúblicas, pensões, quitinetes e outras formas de moradia, longe da família e com total controle da própria vida.
E o quê Monlevade tem a oferecer a  esses jovens como opção de lazer e diversão? As faculdades e universidades possuem, sim, núcleos artísticos, já em atividade ou ainda em formação. Existem também alguns programas de iniciação artística na iniciativa privada e pública, mas com vagas limitadas e, muitas vezes, sem grande divulgação.  No esporte, ainda não há um programa para formação de atletas universitários, para competições universitárias. Não temos um cinema, um shopping, uma área de lazer pública, um espaço gratuito para práticas esportivas como natação, futebol, vôlei e outros espaços de convivência. Os shows musicais são raros e contemplam quase que somente o estilo sertanejo, em detrimento do rock, MPB e outros também apreciados e desejados pela grande maioria dos estudantes.  Peças teatrais são raras, com apresentações únicas e público limitado. Resta, então, que tipo de diversão para esses universitários em nossa cidade?
Festa, sem bebida alcoólica, raramente acontece e, se acontece, tem rápida duração.
Episódio lamentável ocorreu no último final de semana, envolvendo uma festa de república e uma família vizinha a ela, que culminou no falecimento de um senhor. Há de se colocar a culpa em quem? Nos ânimos exaltados por culpa do álcool?
No Brasil, a lei considera que somente aos 18 anos de idade o jovem tem a necessária maturidade para ingerir bebidas alcoólicas com responsabilidade, sem prejuízo ao seu bom desenvolvimento. No Japão, “a iniciação ao alcoolismo” é autorizada aos 20 e nos Estados Unidos aos 21 anos. Mas o consumo de bebida em excesso, como vem ocorrendo em todas as festas e eventos, independente da idade que se tenha, causa grande mal à saúde e altera, muitas vezes para a forma agressiva, as atitudes comportamentais. Tecer aqui os malefícios da bebida, principalmente para aqueles que estão na vida acadêmica e que precisam de concentração, raciocínio, disposição, e dedicação, seria escrever artigo de uma página. Portanto, finalizo desejando que muita coisa possa mudar na nossa cidade, dentre elas: que os jovens que não vão se abster de beber, bebam com mais responsabilidade, evitando conflitos que provavelmente não aconteceriam se estivessem mais sóbrios. Que vizinhos dessas festas tenham tolerância com o ambiente alegre e descontraído que elas proporcionam, e que até delas participem, pois os jovens na nossa cidade não tem muito o quê fazer quando querem e precisam se divertir. Que as iniciativas privada e pública possam proporcionar melhores opções de divertimento a esses meninos, que tudo que mais querem, nos momentos de descanso das tarefas de todo estudante, é ser jovens e terem onde se reunir para uma boa diversão.


Lutécia Mafra Espeschit é Pedagoga, especialista em Orientação Educacional, formada no IES/FUNCEC,  e licenciada em Saúde e Saneamento, pela PUC/RS.

OS CEM ANOS DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Do final do século XIX até 1908, uma série de greves e repressões de trabalhadoras marcou a construção do movimento feminista nos Estados Unidos. Em 1908, o primeiro “Woman’s day”, ou Dia da Mulher,  foi comemorado em Chicago, contando com a participação de 1500 mulheres. Uma longa greve dos operários têxteis de Nova Iorque, liderada pelas mulheres, de novembro de 1909 a fevereiro de 1910, terminou pouco antes do Dia da Mulher, realizado no Carnegie Hall, quando cerca de  três mil mulheres se reuniram em favor do direito de voto, conquistado em 1920 em todo os EUA.
Há 100 anos, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia Internacional da Mulher para marcar oficialmente a luta feminista e as lutas organizadas, principalmente em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres até então. A greve das operárias russas contra a fome e contra a czar Nicolau II, em 8 de março de 1917 (estopim da Revolução Russa), levou os movimentos a instituírem esse dia como o marco da luta pela igualdade das mulheres em todo o mundo. Mas só a partir de 1922  que esta data passou a ser dedicada ao Dia Internacional da Mulher no mundo inteiro.
Neste ano, em todo o Brasil, o dia foi marcado por manifestações cujo lema "AINDA HÁ POR QUE LUTAR!" aponta que, 100 anos após a data sugerida, as mulheres ainda enfrentam discriminações diversas, seja na relação familiar, na sociedade, na política ou no trabalho. Por esse motivo, dezenas de organizações e movimentos populares estiveram reunidos, na última segunda-feira, para celebrar as conquistas alcançadas nesse período com a mobilização coletiva, e mostrar que a luta das mulheres pela igualdade e liberdade segue atual, necessária e que o movimento pelas mulheres continuará levantando e tremulando as bandeiras das lutas pela igualdade de salários, combate à violência doméstica, reivindicação de creches para todas as crianças, dentre outras. E estão entre as reivindicações das mulheres em 2010: a defesa da Integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo a resolução sobre o aborto, que foi alterada pelo governo federal; da Lei Maria da Penha, que vem sofrendo inúmeros obstáculos para sua implementação e legitimação; do Pacto Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que embora assinado pelo governo de São Paulo até hoje não teve recursos liberados; e do Estatuto da Igualdade Racial. As feministas também denunciaram os efeitos da crise econômica na vida das mulheres, que foram as maiores vítimas do desemprego; a criminalização dos movimentos sociais e o acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano, que viola a laicidade do Estado brasileiro.
Assim, a cada ano, com as comemorações do dia 8 de março, nós mulheres devemos nos lembrar que TODAS AS NOSSAS CONQUISTAS FORAM MARCADAS POR NOSSAS LUTAS, e que sem a mobilização das mulheres e o apoio da sociedade, NADA CONSEGUIREMOS MODIFICAR.
Parabéns a todas nós pelos direitos conquistados.

REISADA


A Festa de Reis e a dos primos reunidos para as comemorações de fim de ano trazem-me muita saudade. Quando assisto a reportagens sobre essa tradição que ainda é mantida em várias cidades, emociono-me. Sinto uma alegria durante o relembrar e um aperto no coração pela saudade.  Sou saudosista e gosto de reviver as tradições que fizeram parte da minha infância e da minha adolescência. Só lamento que hoje, aqui sentada e escrevendo, não esteja numa cidadezinha bem pequena, onde a Reisada está acontecendo.  E para não perder totalmente a tradição, vou lá na sala desmanchar a árvore de Natal... 
No dia 06 de janeiro comemora-se o dia de Reis, que na tradição cristã foi o dia em que os três reis magos levaram presentes a Jesus Cristo. O presente do rei Gaspar, da Índia, foi o incenso, como alusão à sua divindade. Baltazar saiu da África, levando mirra, um presente só ofertado aos profetas. Melchior ou Belchior partiu da Europa levando o ouro, que simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses.

No Brasil, em muitas cidades, principalmente mineiras, acontece a Folia de Reis, ou Reisada. A Folia de Reis é uma festa religiosa, nascida em Portugal, onde, em meados do século XVII, tinha a principal finalidade de divertir o povo. Chegou ao Brasil no século XVII,  passando a ter um caráter mais de religiosidade do que de diversão.
Quando menina, meu avô possuía uma chácara em Vianópolis, cidadezinha próxima a Betim, onde todos os anos  passávamos férias. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, dia de Reis, acontecia a Reisada, festa em que grupos de cantadores, violeiros e tocadores de pandeiro, sempre mascarados, muito enfeitados e carregando estandartes, passavam de porta em porta, entoando, com voz esganiçada e em dueto, versos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Em cada casa, eram recebidos com alguma oferenda, que iam desde uma mesa farta de quitutes até uma simples xícara de café. Ao mesmo tempo em que tinha medo daqueles homens que dançavam em nossa direção, sacudindo os braços e balançando a cabeça, com aquelas máscaras estranhas, aguardava, todos os anos, aqueles dias de Folia. Eles passavam tarde da noite e, embora não muito religiosa e nem sempre de cara muito boa, minha avó oferecia alguma coisa ao grupo.
Meu avô é que era o fazedor de bolos, pudins e biscoitos fritos. Aquele bolo misto (massa feita com fubá e farinha de trigo – meio a meio) que ele fazia, saboreado à noite, depois de termos dormido e acordado com aquela cantoria, tem um gostinho inesquecível, que ainda posso apurar na memória. 

Orkut, breve história e estória!

Em 19 de janeiro de 2004, surgiu na internet o Orkut, uma rede de relacionamento que hoje é acessada por mais de 23 milhões de brasileiros, Foi criado pelo Google e desenvolvido por Orkut Büyükkokten, engenheiro e projetista chefe que deu origem ao nome desta que é uma das redes sociais mais acessadas no mundo. Foi projetado com o objetivo de ajudar seus membros a conhecer pessoas, encontrar amigos de infância, manter contato com família, amigos e até cumprir outras funções sociais como localizar desaparecidos, oferecer produtos, serviços e outros comunicados, em rede mundial e de forma gratuita. 

Originalmente a sede do Orkut era na Califórnia, mas em agosto de 2008, o Google anunciou que o Orkut seria operado no Brasil, devido à grande quantidade de usuários brasileiros e ao crescimento das pendengas legais que ocorrem da sua utilização em nosso país. É que, apesar de toda essa maravilha da comunicação visual e auditiva a distância poder acontecer em tempo real, esse mundo mágico de compartilhar fotos e enviar recados a um simples toque dos dedos, pode tornar-se um grande problema na vida pessoal e até profissional de seus usuários. O que servia como diversão, cheio de fotografias, depoimentos bonitinhos e carinhosos, troca diária de scraps (recadinhos) tornou-se um instrumento de exposição da vida privada. Já perceberam como se fica exposto ali? Todos que têm a curiosidade de dar uma passeada pelo site e uma “espiadinha” no seu profile (perfil) podem saber de muita coisa sobre você. As pessoas com quem anda, os lugares aonde vai, onde trabalha e em que função, se tem filhos, se fuma, se bebe, se tem namorado, marido, os tipos de recados que você recebe e que dão uma idéia de quem você realmente é. A sua vida fica toda ali. Às vezes, mesmo que você não queira se expor fornecendo muitas informações, ou postando fotos da sua intimidade, um simples recadinho, ou uma foto colocada por um amigo no orkut dele, pode complicar sua vida.
   
            Obviamente você não entra num site desses desejando criar desarmonia, mas tenho vários relatos de confusões que aconteceram por recados ou fotos postadas no Orkut. Exemplo disso aconteceu com um amigo que estava com o namoro meio estremecido e a namorada dele viu um scrap dele no scrapbook de outra garota, amigos em comum, falando sobre uma noite muito louca que os dois tiveram, depois dele ter dito a ela que ia para casa porque tinha trabalho de faculdade a fazer. A loucura da noite foi um socorro dado a um outro amigo que  teve uma crise nervosa. A namorada ficou cheia de caraminholas na cabeça e não adiantou explicar... Ela já tinha a certeza de que eles estavam tendo alguma relação além de uma pura e simples amizade. Portanto, se você não estiver disposto a passar por certas situações que fatalmente irão acontecer, não crie um perfil pra você. Muita confusão pode acontecer, pois ta tudo lá, pra todo mundo ver, e explicar o que está diferente do explícito pode ser muito complicado.

GERAÇÃO FICANTES

Nos últimos anos, jovens, adolescentes e maduros baladeiros fazem surgir no cenário das festas, barzinhos, baladas matutinas, vespertinas e noturnas, a geração de ficantes. O ficante é aquele que não quer compromisso, limites ou regras estabelecidas de relacionamento. Fica por algumas horas, tempo suficiente para alguns beijos e, dependendo do volume do som, nem o seu nome importa. Se for adepto a jogos e competições, a duração da “ficada” vai ser por alguns minutos e já mirando a próxima vítima. É da tribo do cata-cata, do pega-pega, da contabilidade no final. Ao vencedor, o título de pegador.
            Ficante não atém-se a “idiotices românticas” mas, como troféu, guarda no celular, no orkut ou em qualquer outro arquivo que possa ser mostrado, mensagens de ficantes que “ousaram” desejar algo mais que o momento passado corrido e foram “esquecidas” e não recomendadas por esse motivo.
Segundo avaliação de alguns psicólogos, os resultados benéficos do “ficar” superam seus aspectos negativos, por possibilitarem avaliar um maior número de parceiros e investir no conhecimento mais profundo daqueles considerados interessantes, ao contrário do “namorar”, que já limita as relações, demandando mais dedicação e cobranças. Tenho lá minhas dúvidas.
            O ficar não é uma mudança comportamental isolada, mas o reflexo de uma sociedade composta por pessoas mais centradas em si mesmas, sem predisposição para ouvir e aceitar o outro. Como disse uma amiga do orkut, da tribo dos ficantes, mas que começa a mostrar-se insatisfeita com suas relações: “"Pela pressa de viver as pessoas estão esquecendo de viver. Estão todos apressadíssimos, indo a lugar nenhum”. A busca por aquele que será o companheiro da artrite, do reumatismo, da flacidez e dos problemas que a idade traz, não cabe hoje nas baladas onde as relações têm se iniciado e se resumido. A banalização do sentimento, do namoro, da descoberta do outro, do cuidado, da amizade, do respeito, e de tudo o que se pode construir numa relação, preocupa pais e solitários de plantão.
Embora muito raramente, vou concordar com o que escreveu Arnaldo Jabour: “... o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é “out”... que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo... ou que não posso me aventurar a dizer pra alguém: vamos ter bons e maus momentos e, uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida. Antes idiota que infeliz!”
 A vida não é uma farra. O futuro chega rápido e a vida não espera.


Lutécia Mafra Espeschit

Pedagoga, especialista em Orientação Educacional, formada no IES/FUNCEC e licenciada em Saúde e Saneamento pela PUC-RS.

Artigos publicados

Meus amigos,


Meu blog ficou um pouco abandonado desde a sua criação mas, a partir de agora, em férias, espero poder tornar mais regulares as minhas postagens.


Curtindo meu primeiro dia de férias, após 1 ano e 5 meses de muitas mudanças no campo profissional, posto meus artigos publicados na mídia monlevadense, a partir de hoje sistematicamente.


Abraços a todos.