O ex-governador mineiro Aécio Neves afirmou nesta quinta-feira (27) que vai disputar uma cadeira no Senado e criticou versões veiculadas de que ele seria “antipatriota” ao não aceitar ser vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB) para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio se disse extremamente animado para ingressar na campanha e afirmou que o momento é de conter as ansiedades no PSDB e nos partidos aliados.
“Estou absolutamente convencido que a melhor forma para ajudar a dar uma vitória ao governador Anastasia em Minas Gerais e ao companheiro José Serra e estando em Minas Gerais candidato ao Senado. Não houve nenhuma modificação no cenário e preciso que essas ansiedades sejam contidas”, disse Aécio, que afirmou que dará “suor e sangue” para alcançar seu objetivo.A declaração foi dada após reunião no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo mineiro, com o ex-presidente da República Itamar Franco e o governador do Estado, Antonio Anastasia.
O ex-governador passou quase 30 dias no exterior e, recentemente, seu nome voltou a ser o preferido para ocupar a vice na chapa de Serra, principalmente após a petista Dilma Rousseff ter alcançado o pré-candidato tucano nas pesquisas de intenção de voto.
O ex-governador ainda rebateu críticas de empresários ligados a Serra de que ele seria antipatriota ao não aceitar a condição de vice de Serra. “Chega a ser uma piada. Ninguém teve mais gestos de generosidade do que eu”, disse o tucano.
Aécio disse que a sua decisão já havia sido tomada desde que deixou a disputa interna para ser o nome indicado do PSDB a disputar a sucessão presidencial, em dezembro do ano passado. A decisão, segundo ele, foi para não causar rupturas no partido e nos aliados. "Ninguém tem mais visão de país do que eu. No momento em que abro mão da minha pré-candidatura, faço isso para garantir a unidade partidária e para me aliar ao companheiro José Serra", afirmou.
A aceitação de Aécio para o posto de vice era a última esperança da oposição para reanimar a campanha serrista, atualmente desanimada com a queda do tucano José Serra nas pesquisas.
Com a negativa de Aécio, a campanha tucana volta à estaca zero na sua busca por um vice para José Serra. O último nome a ser cogitado foi o do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), mas depois de uma manobra promovida pelo senador que prejudicou a eficácia do projeto Ficha Limpa, os tucanos passaram a avaliar que Dornelles não seria uma figura desejável na chapa tucana. Além disso, o PP está quase decidido a ficar neutro na disputa presidencial, não apoiando oficialmente nenhum dos candidatos. ( Leia mais aqui)
Ao mesmo tempo, o DEM, aliado histórico dos tucanos, tem deixado claro em várias declarações de seus líderes que o partido só abriria mão da vaga de vice se Aécio aceitasse integrar a chapa com Serra. Com a recusa de Aécio, os demos devem voltar à carga para reivindicar o posto e o nome que eles têm a mão para oferecer, por enquanto, é o da senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Sem um vice para chamar de seu e com aliados em debandada, Serra deve entrar no mês de junho, o mês dos namorados, mais solitário do que nunca.
Da redação, com agências