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domingo, 21 de novembro de 2010

Fundação Municipal de Cultura aposta no hipercentro de BH

Seção : Teatro - 21/11/2010 16:32

Estimulo vem da inauguração de dois grandes centros culturais na região: V&M Brasil e Sesc Palladium


Ailton Magioli - EM CulturaO V&Mrasil vai funcionar no endereço do antigo CinBrasil

Thiago Fernandes/Divulgação

O V&M Brasil vai funcionar no endereço do antigo Cine Brasil.

A inauguração, até o ano que vem, de dois espaços culturais no hipercentro de Belo Horizonte (V & M Brasil Centro de Cultura e Sesc Paladium Domus Artium) vai praticamente dobrar a capacidade atual da região para apresentações, segundo cálculos da Fundação Municipal de Cultura (FMC).

Pensando nisso, Thaïs Pimentel, presidente da instituição, articula política do setor para a região, promovendo encontros entre presidentes e diretores dos equipamentos já existentes, além de representantes dos que estão por chegar. “Isso nos mobiliza na medida em que percebemos a importância do que vem por aí e, obviamente, a necessidade de promovermos uma articulação. Não se trata de cada um pensar no seu umbigo. Temos de pensar coletivamente”, defende a presidente da FMC, que, depois de encontro recente com a turma, agendou um novo para o mês que vem.



Paralelamente, a presidente da FMC também avalia o quadro do Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal Américo René Gianetti, fechado desde abril do ano passado para reformas que nem sequer começaram. “É uma questão que nos preocupa muito, porque a solução e está muito mais lenta do que imaginávamos”, admite, salientando, por outro lado, que a expectativa é muito positiva. Não só pela entrada em cena de uma empresa da iniciativa privada, interessada em patrocinar a restauração do mais antigo teatro da capital, como também pela eleição de Dilma Rousseff, uma das mentoras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, no qual o popularmente conhecido Chico Nunes tem projeto de requalificação inserido, aguardando apenas aprovação e liberação de verba por meio do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).


Beto Novaes/Estado de Minas - 09/08/2007
Sesc Palladium ocupará o espaço do Cine Palladium, na Rua Rui de Janeiro, com entrada também pela Av. Augusto de Lima
Necessidades urgentes De acordo com Thaïs Pimentel, desde o ano passado os gestores dos espaços culturais com sede no Hipercentro vêm se mobilizando para a adoção de política própria na região. “Fizemos, ainda naquela época, algumas reuniões que acabaram confluindo, mais especificamente, para um grande projeto do PAC Cidades Históricas”, recorda a presidente da fundação. Segundo ela, quando iniciar as obras em Belo Horizonte, o PAC Cidades Históricas fará enorme diferença, contribuindo para o incremento dos equipamentos de cultura existentes na região do Hipercentro. Desde o ano passado, vêm sendo discutidas as necessidades mais urgentes de cada uma das instituições, entre as quais está a própria fundação, que funciona no Edifício Chagas Dória, da Rua Sapucaí, na Floresta, bem cultural tombado da cidade que, embora não seja propriedade da prefeitura, preocupa a FMC.



Funarte MG e Iphan MG (que funcionam na Casa do Conde de Santa Marinha, recém-restaurada), Centro Cultural e Escola de Engenharia da UFMG, Espaço 104 (um dos mais novos em atividade na região), Museu de Artes e Ofícios, Sesc Laces JK, Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes (incluindo a Serraria Souza Pinto), teatros Francisco Nunes e Marília e Circuito Cultural Praça da Liberdade (pela Rua da Bahia) são algumas das entidades presentes na área. “O que estamos percebendo, há algum tempo, é que não só precisamos conversar – essas instituições que já têm uma definição clara da sua atuação e dos seus problemas, das suas dificuldades e potencialidades – como também avaliar, preocupados que estamos, com a chegada próxima de dois outros grandes centros culturais na região: V & M Brasil Centro de Cultura e Sesc Paladium Domus Artium”, diz Thaïs.



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“A grande questão que está colocada para nós é que – diferentemente até do movimento de outros grandes centros urbanos – Belo Horizonte vem vendo valorizado o Hipercentro, depois do esvaziamento sofrido pela região nos anos 1980 para os 90. Hoje, a gente percebe que existem ações para valorizar o Centro, não só do ponto de vista da moradia, como também da presença dessas instituições que fazem e farão, ainda, maior diferença no sentido de atrair o morador da cidade para o local, à medida que eles ofereçam programação de conteúdo”, acrescenta a presidente da FMC.



De acordo com ela, há necessidade de pensar a governança de todo o circuito central de cultura, visando a um esforço conjunto no sentido de avaliação das dificuldades que enfrentam, tais como divulgação, transporte, estacionamento, segurança e pontos de venda de ingressos, entre outras. Thaïs Pimentel destaca, ainda, a importância da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), que já está com projeto aprovado para a restauração do Mercado das Flores (Avenida Afonso Pena esquina de Rua da Bahia). “Além de revigorado, ele precisa de ser potencializado para uso cultural. Trata-se de ponto estratégico para acesso do público aos ingressos”, afirma Thaïs.


De portas fechadas


Fechado devido à existência de laudo constatando a situação precária do telhado, que colocava em risco a presença de público no local, o Teatro Francisco Nunes, na opinião da presidente da Fundação Municipal de Cultura, merece muito mais que um telhado recuperado. “A grande questão é entender que a cidade tem naquele espaço o seu teatro municipal, já que simbolicamente o Francisco Nunes nunca perdeu esse status”, afirma Thaïs Pimentel. Para ela, o grande teatro da capital é o Palácio das Artes.



“Historicamente, o Francisco Nunes foi palco de manifestações culturais variadas, das mais importantes”, defende o espaço, salientando que o problema maior da Prefeitura de Belo Horizonte, órgão ao qual a FMC é subordinada, é a carência de verbas para a recuperação do espaço. “Estamos em negociação – e o prefeito está investido da importância disto e tem nos ajudado muito – com uma grande empresa, desde o ano passado, que manifestou interesse em apoiar o Francisco Nunes. A expectativa é muito positiva”, revela Thaïs, que prega a requalificação do teatro.


Recursos para a recuperação do telhado, de acordo com a presidente, estão garantidos, mas a questão agora é avaliar se ela deverá significar a reabertura do Francisco Nunes em prazo mais curto possível ou se vai se buscar os recursos para a reforma maior do teatro. “É na verdade um assunto delicado, porque nossa vontade é intervir direto – ainda que manter o teatro fechado por mais tempo seja um prejuízo – para que possamos reabrir o Francisco Nunes com dignidade. O esforço todo é nesse sentido”, conclui ela, animada.

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