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luteciaesp

domingo, 8 de agosto de 2010

CONFUSÃO NA IMPRENSA SOBRE GASTOS DE CAMPANHA

Fui procurada pelo Jornal A Notícia, para esclarecer informação veiculada em sua penúltima edição, e questionada por um candidato, sobre gastos de campanha. O jornal não errou nos números, mas na interpretação deles, quando informaram que gastarei R$1.500.000,00. Na página do candidato, disponível no site do TRE, tem a informação sobre o limite de gastos do candidato. Isso não quer dizer que o candidato tem ou vai gastar todo aquele valor. Quando o Partido Político ao qual pertence o candidato faz o seu RCC (requerimento de cadastro de candidatura), é obrigado a informar qual o VALOR MÁXIMO que o mesmo gastará em sua campanha. Todos esses gastos são controlados com extremo rigor pela Justiça Eleitoral, com cruzamento de dados entre receita/despesa, e o candidato que extrapolá-lo, sem a devida autorização do juiz do TRE, sujeita-se à cassação do mandato por ABUSO DE PODER ECONÔMICO.

Como sei que a captação de recursos é muito difícil, pricipalmente para um partido que, como o PCdoB,  está sempre na defesa da melhor qualificação e valorização do trabalhador brasileiro, com o aumento de salário real e redução da jornada de trabalho (com a manutenção do mesmo salário), em detrimento dos altos lucros e exploração da força de trabalho, calculei meus gastos de campanha em torno de R$50.000,00 (cinquenta mil reais). Isso também não quer dizer que gastarei isso. Mas, por margem de segurança na retidão da informação dada ao TRE, o PCdoB informou que todos os candidatos a Deputado Estadual do partido teriam R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) como limite, assim como os Federais, R$3.000.000,00 (três milhões).

Ficaria feliz em ter 10% desse valor e poder levar minhas idéias e o meu nome à apreciação de um maior número de pessoas possível. Isso depende de algum dinheiro, quase muito. Material tenho à vontade, no padrão da coligação, vindo do Comitê Único. Mas uma campanha não limita-se a material. Tenho que chegar aos meus eleitores, conversar, me apresentar. Isso demanda ter um veículo, combustível, alimentação e, às vezes, hospedagem, pessoas PAGAS, e a Justiça Eleitoral exige isso:  que todo o trabalho de divulgação e propaganda de uma candidatura tem que ser paga. Portanto, não há como fazer isso sem dinheiro, sem recursos, somente com amigos, simpatizantes e crentes em nossa causa. Até o amigo, o filho, o pai, a família toda, se fizerem campanha, têm que ser pagos. A desigualdade é muito grande quando se precisa divulgar a campanha.

 Saí, nesse sábado, 07 de agosto,  fazendo a nossa campanha. Deparei-me com um batalhão de pessoas, umas 100, pagas, para sacudirem bandeira, fazerem volume e falarem sobre o que elas nem sabem e muito menos acreditam. No caminho, duas conhecidas que carregavam a bandeira de um candidato que ninguém sabe de onde veio, pra onde vai e de onde é (apareceu aqui assim, do nada, depois de uns quatro anos sumido, com as mesmas promessas já prometidas há anos) me disseram: "estamos aqui porque precisamos do dinheiro, mas nosso voto e da nossa família é seu, de Dilma e do Hélio Costa. Tô fazendo campanha pra vocês na minha escola. Viu o debate?"

Não sei se rio, pela declaração do voto a mim e à nossa coligação, ou se choro. É muito triste ver que pessoas precisam trabalhar pelo que não querem e pelo que não acreditam. Questão compreensível de sobrevivência e não de consciência.

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