Em 1978 , participei de um único Festival de Música Popular da minha vida, aqui em Monlevade. Eu mesma interpretei a música, que tinha um neolismo como título: INTROVISÃO. Fui uma das últimas a me apresentar e não tinha nehuma intimidade com o palco. A música começava com uns versos declamados, só com um violão ao fundo e eu sentada num degrau. A platéia já estava aquecida com sambas, baião, rock, ie,ie,ie e entro eu com aquele "fino da fossa". No primeiro verso já levei uma tremenda vaia, que foi só aumentando. Aí, com cara de tacho, quase chorando, me levantei e pedi, educadamente, que não me vaiassem porque eu queria apresentar a minha música e não ia conseguir cantar com aquela vaia toda. Aí é que levei mais vaia ainda. Então, ficamos mudos. Assim que as vaias diminuíram, comecei a declamar novamente, a cantar e a cantar, cantar, cantar... Ao final, fui ovacionada e ganhei o festival. FOI MUITO EMOCIONANTE!
Introvisão
Quando fumo,
quando paro
e quando choro,
eu não me acho,
não me taxo,
e não me vendo,
eu tropeço
nos tropeços dos teus passos,
e me machuco,
me levanto,
e não me rendo.
Eu me abro
totalmente
em teus abraços,
e me empurras,
e me surras
e eu não ligo.
E te escuto
me dizendo em sussurros,
não te amo,
sou apenas teu amigo.
E tu me deixas
pelos cantos,
entregue aos prantos,
e não ouves
quando imploro
e te suplico,
que me tornes
novamente tua amante,
sempre tua,
sempre nua,
sempre mito,
que me tornes
novamente tua amante,
sempre tua,
sempre nua
sempre...
Gostei, Lutécia. Bacana os versos. Bacana a historinha.
ResponderExcluirContinua, continua.
Marcelo Procopio
Legal sua história do festival, Lutecia. Nao sabia disso!Beijos
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